:. multicultura
:. blue
:. matéria de capa
:. matéria de capa 2
:. antônio filho
:. circuito da moda
:. joão oliveira
:. no mau sentido
:. musicando
:. joão vicente
:. olho vivo
:. conectado

O conteúdo desta página requer uma versão mais recente do Adobe Flash Player.

Obter Adobe Flash player

O conteúdo desta página requer uma versão mais recente do Adobe Flash Player.

Obter Adobe Flash player

O conteúdo desta página requer uma versão mais recente do Adobe Flash Player.

Obter Adobe Flash player

Soul Music Made
in Brasil – III Parte

A nova geração – Grande conhecedor de rock, funk e soul music, o adolescente tijucano (e sobrinho de Tim Maia) Ed Motta passou boa parte da década de 80 talhando sua voz para o estrelato. Com o amigo guitarrista Luís Fernando, montou a banda Expresso Realengo, prontamente rebatizada de Conexão Japeri. Contratada por uma gravadora, ela gravou em 1988 (quando Ed ainda tinha 16 anos de idade) o disco Ed Motta & Conexão Japeri, que deu para as rádios balanços certeiros como Manoel e Vamos Dançar e iniciaram um novo capítulo no soul brasileiro. Afastado do Conexão, Ed sofisticou sua receita soul e gravou só com o baixista Bombom o seu segundo disco, Um Contrato com Deus, com faixas em português (Condição) e inglês (Do You Have Other Loves?).
Ed morou algum tempo em Nova Iorque, onde gravou um disco que não foi lançado (em estilo totalmente americano) e, paradoxalmente, começou a se aproximar da música brasileira (que costumava rejeitar). Em 1992, o cantor gravou o jazzístico e retrô Entre e Ouça, um fracasso comercial no qual foi incorporada mais uma língua às canções: o edmottês, que surgia quando ele tentava letrar seus scats. A primeira mostra da assimilação da música brasileira (de compositores harmonicamente sofisticados, como Tom Jobim, Edu Lobo e Guinga) foi na canção Falso Milagre do Amor, tema de abertura do filme Pequeno Dicionário Amoroso (1997), de Sandra Werneck. No mesmo ano, Ed Motta lançou o disco Manual Prático Para Bailes, Festas e Afins Vol. 1, no qual ele conseguiu enfim aliar a elaboração musical ao apelo popular – músicas como Fora da Lei, Daqui Pro Méier e Vendaval

ajudaram-no a fazer as pazes com o sucesso.
Ed Motta reinou nos anos 90 – e levou adiante o cetro do tio, que morreu em 1998 –, mas uma série de nomes não deixaram que o Soul Brasil ficasse como monopólio. Caso de Sandra de Sá (que lançou o disco tributo a Tim, Eu Sempre Fui Sincero e Você Sabe Muito Bem), Conexão Japeri (que ainda gravou dois discos sem Ed), Edmon Costa, Zé Ricardo, As Sublimes, Ebony Vox, Lúci e Léo M (filho adotivo de Tim Maia), só para ficarmos com os cariocas. Ainda no Rio, surgiu no começo da década uma vertente mais melódica, de inspiração soul, do rap Miami Bass tocado nos bailes funk. Batizada de Funk Melody, ela revelou nomes como Latino, Claudinho & Buchecha, Copacabana Beat e Marcinho & Goró.
O soul-funk carioca tornou-se quase um subgênero nos anos 90, servindo de base para trabalhos de artistas gestados no cenário do pop-rock 80, como a ex-Blitz Fernanda Abreu (uma espécie de rainha samba-funk-disco extemporânea) e Lulu Santos (a partir do disco Assim Caminha a Humanidade, de 1994). São Paulo, porém, deu as caras na área soul, em duas vertentes. Uma foi a dos artistas de rap que avançaram pelos terrenos do groove e das melodias: Sampa Crew, Thaíde & DJ Hum e Bennê. Outro, o dos que exploraram as modernidades soul apresentadas por americanos como Prince, TLC, Maxwell e Babyface (num gênero também conhecido como R&B). É o caso de bandas como a Fat Family e artistas como João Marcelo Bôscoli e Pedro Camargo Mariano (filhos de Elis Regina), Maurício Manieri e, fechando o ciclo do soul brasileiro, Max de Castro, filho de Wilson Simonal, que no começo de 2000 lançou o conceitual Samba Raro.
v